Salmor 23
O salmo 23 fascina muitas pessoas. Recitá-lo é uma forma de pegar num “talismã” ou “trevo-da-sorte”. O primeiro versículo impressiona, quando o salmista diz: “nada me faltará”.
O único problema é quando confundimos os pastos verdejantes que o Senhor fez com os que nossas ambições terrenas idealizaram. Quando desejamos satisfazer nosso “querer”, “ser” e “ter” e pensamos no Senhor como uma avalista de projetos humanos. Quando queremos refrigério com a solução de nossos problemas, e não com a gloriosa presença do mestre. Quando não conseguimos entender o motivo do “vale da sombra da morte”, parte obrigatória na caminhada de um servo do Senhor, e caímos na cilada da murmuração, do descontentamento, da depressão e do enfraquecimento da fé.
Não me arrogo a ensinar sobre isto, é um terreno muito difícil, principalmente quando se está em plena travessia. E Deus só tem uma maneira de formar graduados nesta escola seletiva: deixando seus alunos passar por lá... pelo “vale da sombra da morte”. Quando entramos nele é um terror, pensamos que Deus nos abandonou... esqueceu de nós. Esquecemos da promessa que Ele estaria conosco todos os dias. Pelo menos foi esta a minha experiência. Quem não ama ao Senhor desiste de tudo ou busca solução em uma fé não bíblica. Quem ama ao Senhor começa a entender que não está ali à toa. Entende quando a Palavra diz que “todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam a Deus.”
Deus tem seus olhos na eternidade, e nós pensamos que também temos, até que nossos tesouros estão sob ameaça. Mudar este quadro requer passar pelo vale onde não há nada que nos satisfaça, pois ao redor não há paisagens inspiradoras, mas a sequidão da sombra da morte ... mas lá ... Ele diz que estará conosco ... conduzindo suas ovelhas para Canaã ... que tem um deserto no seu caminho. Este deserto seletivo nos é tão real quanto o deserto que os hebreus tiveram que enfrentar ao sair do Egito (uma figura do mundo) para Canaã (uma figura da Pátria Celestial). Não há outro caminho a não ser atravessar o deserto sombrio e passar pelo despojamento das coisas em nós que não servem para Deus. Ali o Bom Pastor usará a vara ... e o cajado para nos consolar.
Tozer observou que "para fazer em nós a suprema obra de sua graça, Deus vai tirar do nosso coração tudo aquilo que mais amamos. Tudo aquilo que nos leva a confiarmos em nós mesmos. Cinzas amontoadas jazerão onde nossos tesouros mais preciosos costumavam estar". Que ninguém pense que este caminho é cheio de flores, mas é o caminho apertado que Jesus falou no sermão do monte, por isso que também estreita é a porta, onde poucos entram, e os que entram não conseguem passar com as bagagens que carregam.
Uma irmã escreveu:
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