É interessante como a Palavra de Deus trata dos assuntos que interessam sem rodeio. Quando Deus criou o homem e a mulher, colocou-os num jardim no Éden para cuidar dele e guardá-lo. E então, o sagrado escritor acrescenta algo que, a princípio, parece não ter sentido: “Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam” (Gn 2.25). Deus não criou o homem com roupas, já vestido. Ele fez o homem, Ele fez a mulher, nus. Aquilo que, aparentemente, não tinha sentido, faz todo sentido: O homem (o ser humano) foi feito perfeito, sem pecado. Chamam essa, a Era da Inocência. Não havia culpa. Por não haver maldade no ser humano, em Adão e Eva, não havia necessidade de se vestirem. Eles se moviam livremente, sem preocupação de sua condição. Isso teria sido assim com toda a humanidade, se algo ruim não tivesse acontecido – se o pecado não tivesse entrado no mundo. Até aquele momento o homem não sabia o que era estar nu. Ele não tinha consciência de nudez.
Mas, foi pecar…
Mas, foi pecar, logo o homem teve percepção de algo muito errado na sua vida. Quando Deus o procurou no jardim, após Adão ter comido do fruto proibido, o homem estava escondido. À pergunta de Deus: Adão, onde estás? A resposta foi: “Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3.10). No momento em que os nossos primeiros pais desobedeceram a Deus entrou neles o medo e a vergonha. Impressionante é que eles tiveram vergonha de Deus. Antes não havia nada disso.
O pecado trás vergonha. Mas, agora que o homem pecou, ele deve ser vestido. E ele corre atrás de algo que possa lhe cobrir as vergonhas. Costura folhas de figueira e se cobre com elas. Quem já colheu folhas de figueira sabe que elas se secam rapidamente e se desfazem. Assim como Adão fez, daí em diante o homem tentou, por sua própria vontade, se cobrir de “boas obras”. Tenta consertar uma situação infeliz sem contar com a ajuda do Todo-Poderoso. Mas o Altíssimo viu que o remendo feito por Adão não iria resolver seu problema. Deus resolveu: Ele mesmo matou um cordeiro, e com a pele do pequeno animal fez vestes para cobrir o primeiro casal. Desde então, a questão de se vestir se tornou vital para a humanidade. E vestir-se bem, o melhor possível. Inventaram as modas, criaram tecidos finos e diferentes. Hoje, não é normal um homem ou uma mulher se despir diante de outras pessoas.
A roupa do Cordeiro
Mas, mais do que isso, quando o homem pecou, ficou totalmente desnudo. Nada podia cobrir o seu pecado senão a roupa do Cordeiro. É Jesus, o nosso Senhor, quem nos cobre com a Sua justiça. É com ela que podemos nos apresentar, vestidos, diante do Pai. Não há roupa no homem que impeça que Deus veja o seu coração. Deus não vê o interior, Ele vê o coração. É lá dentro de nós que estão os motivos, os pensamentos, os propósitos, e, nesse sentido, todos nós estamos nus diante de um Deus Santo. Por isso, precisamos nos assemelhar a Ele. Precisamos ser santos como Ele é santo. Precisamos nos cobrir com o sagrado manto que nos é proporcionado pelo sacrifício do Cordeiro de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário